quarta-feira, 8 de agosto de 2012

É melhor falhar no excesso, do que falhar na ausência!

É muito comum nós nos depararmos com construções antigas e repararmos alguns detalhes que se diferem daqueles encontrados em residências atuais, dentre eles, se destaca o "dimensionamento dos elementos estruturais".
Eu já morei em uma casa que diziam que era da década de 60, e o exagero das dimensões dos elementos estruturais desta edificação era notório, a espessura de algumas paredes e vigas, como também a área da seção de alguns pilares daquela casa eram significativamente superiores aos atuais. Mas isso deve ter ocorrido devido a escassês de tecnologia na produção de materiais que havia naquela época, não se fazia materiais com tantas propriedades como os que se produzem atualmente. Por exemplo: o cimento de antigamente possuía menos resistência do que os atuais. Então, o que se entende é que para suprir a necessidade de construir uma "casa segura", os pedreiros da época, devido a ausência de materiais resistentes, dimensionavam os elementos estruturais com valores muito altos em relação aos de hoje em dia.
Eu já cheguei a ver casas antigas com paredes de aproximadamente 50 cm de espessura. Estas paredes largas são compostas de um tipo de alvenaria conhecida como "alvenaria de tijolos dobrados", que é processo de assentamento de blocos em que o bloco é colocado "a chato", deitado.
Atualmente, muitos pedreiros adotam um dimensionamento empírico, ou seja, uma referência de medidas que é passado de pai para filho, no qual os valores das dimensões dos elementos estruturais são sempre superiores ao necessário para que a casa fique segura. Esse método empírico é desvantajoso porque os materiais de construção atuais são mais resistentes e consequentemente dispensam o necessidade de aumentar as dimensões dos elementos estruturais, então esse aumento só gera desperdícios.
Olhando por um outro lado, considerando que muitos profissionais da construção civil desconhecem os cálculos estruturais e os ensaios de materiais realizados em laboratório, eles não iriam descobrir exatamente quais são as dimensões mínimas para que haja a segurança e a economia de materiais, então se eles valorizassem mais a economia do que a segurança, haveria um grande risco de serem construídos elementos estruturais com dimensões inferiores ao ideal, e, desta forma, ocorrendo acidentes menos graves e até mesmo fatais. Por isso vale ressaltar: é melhor falhar no excesso, do que na falhar na ausência!

                                                                               Autor: Ismael Carlos Pereira da Silva / 2012




Um comentário:

  1. Gostei de ver Ismael... Muito interessante ver a sua opinião sobre um assunto relacionado ao nosso tema. Exatamente isso que eu quero ver. Parabéns... Vc pegou o espírito da coisa.
    Mas quanto à sua postagem temos que nos lembrar da importância de contratar um profissional habilitado, afinal vc mesmo está trilhando esse caminho em busca de conhecimento.
    Na minha opinião, por mais que a intenção de manter a segurança seja louvável ela nunca é uma justificativa para aceitar o erro. A presença de um planejamento adequado nos fará gastar menos e ter mais segurança, afinal não é só o dimensionamento da estrutura ou das vedações que conta para ter segurança. Muitas vezes o excesso pode ser uma faca de 2 gumes.
    Mas legal... falaremos mais sobre isso em nossa aula hoje. Espero ouvir a sua opinião.
    Mas para te deixar pensando... será que teria um outro motivo para termos construções com paredes mais grossas??? Quais seriam??? Quando isso se aplica de forma adequada? Que tal me mostrar um exemplo?

    Abraços...
    Profª Ericka

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